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Fevereiro

Os noticiários desses últimos tempos estão novamente cheios de dor, de muitas crianças maltratadas, prostituídas, exploradas, abandonadas à sua própria sorte. A criança não é mais aquela obra de arte preciosa, da qual cuidamos e que amamos. O que deveria ser o maior dom que existe, acabou por se tornar um peso. O egoísmo do adulto fez com que a criança se transformasse em um mero objeto, chegando até a ser usada na mendicância ou a ser abandonada em uma lata de lixo, para se livrarem rapidamente dela.
Tudo isso acontece com tanta freqüência sob nossos olhos que está transformando nossa reação em uma atitude de indiferença, como se tudo fosse normalidade. Talvez lendo e escutando essas palavras, a consciência acorde para essa brutal realidade em que o mundo se transformou, mas logo depois em nossa vida tudo volta a ser como antes.
Nós queremos reforçar aquele grito dentro de nós quando nos vemos diante de tanta escravidão humana, gritando: Porque tudo isto? Porque o homem chega a este nível de crueldade e egoísmo? Um mundo que não ama e não respeita as crianças, que não defende os miseráveis, é um mundo de cadáveres, de desesperados. Um mundo que rejeita a vida, que violenta a vida das crianças, não pode nem ser chamado de mundo. No entanto, Deus nos chama à amar este mundo, a sermos portadores de esperança, de uma centelha de luz e de bondade para fazer ressurgir esta humanidade. Hoje sofremos de um câncer mortal que é a incapacidade de amar. Quem não se ama, está morto, não vive não sofre, não luta, não se alegra, não chora. Quem não ama é indiferente! Mas ao mesmo tempo aquele que não sabe amar é porque não conheceu o amor, aquele verdadeiro amor, aquele que quando você sente dentro de si, muda a sua vida e lhe faz perder o controle, “explodir” de vontade de amar. Sim, amor gera amor, e hoje existe uma grande necessidade de pessoas que sejam capazes de gerar esperança. Existe a necessidade de uma nova família. A família renasce se os pais se convertem. Assim seus filhos serão salvos. O nosso futuro e aquele de nossos filhos depende da confiança que o Senhor nos dá.
 A quem seguiremos? Quem é o nosso maestro? O que querem de nós? A resposta que daremos a estas perguntas é o que determinará o “caminho”, a alegria ou a tristeza da nossa família, de quem nos é próximo, das nossas crianças, que poderão ser a primavera ou o inverno de nossos corações. A experiência que fazemos com nossos jovens que entram todos os dias nas nossas casas, perdidos e “mortos” vindos de famílias destruídas e desesperadas e com as crianças de nossas missões, nas quais a rua e a violência deixaram cicatrizes abertas e sangrentas, é aquela da ressurreição, da esperança que faz com que aqueles olhos apagados voltem a brilhar. Por isso acreditamos que mesmo na escuridão é possível reencontrar a luz. Na tristeza mais dura à alegria pode reacender, e na solidão mais amarga, se pode encontrar um amigo.
Sim, queremos ser testemunhas desta esperança para anunciar neste mundo que o segredo para renascer é abrir o coração ao Pai maravilhoso, que espera cada um de nós como Seu filho mais precioso.

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