"Vinde a mim, vos todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei” (Mt 11,28). Me chamo Rebecca, sou americana e da alguns anos vivo na Comunidade. Venho de uma família que reza e que me deu muito amor, mas fora do contexto familiar tinha dificuldades em encontrar o meu lugar. Quando criança estava sempre sozinha, desejava a minha vida num modo diferente, não acreditava em mim mesma e isto não consegui mudar até agora. Enchia o vazio que havia em mim fazendo muitas coisas, me disfarçava atrás da imagem da "boa moça": estudava e desenvolvia as coisas que os meus pais desejavam de mim, e na aparência exterior tudo ia bem. Meu problema com a droga começou quando fui morar fora de casa por causa da Universidade. Com a droga pensava de ser mais independente, mas no fundo era a estrada da solidão. Vivia uma dupla vida, diversos grupos de amigos onde procurava os meus interesses, e na procura da minha satisfação me tornei escrava dos meus egoísmos. Por dois anos tomava medicamento para me ajudar com a depressão. Em um certo ponto não conseguia mais andar adiante na escola então deixei e assim voltei para casa a recuperarme. E em casa havia situações que me faziam sofrer, que dentro de mim rejeitava e da qual escapava. Não acreditava no sofrimento e vivia no medo, sem perceber que sofria sempre mais por ser fechada e pelas minhas pobrezas que não queria enxergar e aceitar. Com a ajuda da minha família e de uma amiga entrei para a Comunidade: queria uma mudança na minha vida, mas na confusão não sabia nem por onde começar. Nos primeiros tempos foi difícil a confrontarme com a verdade, e aceitar que precisava de ajuda e que devia confiar nos outros pois sabiam melhor do que eu que coisa era justo fazer. Antes de crer na oração eu encontrei Jesus através das pessoas que estavam ao redor: nos seus momentos de simplicidade, de alegria, no sorriso e na compartilha de vida na verdade. Aos poucos me conscientizava que existia uma força maior, o amor de Deus, que operava de todos os modos ao meu redor. Em um ano e meio, na casa de Lourdes, senti fortemente a presença de Maria que como minha mãe me chamava por nome. Só que a paz que sentia a Lourdes era a sua, e sinto que é graças a sua proteção e a oração da minha família que começou esta estrada de conversão. Uma das coisas mais importantes que estou aprendendo é a confiança naquele Deus que me salvou, e confiar Nele se reflete também num relacionamento com as pessoas. Sinto que a Comunidade me deu confiança, e também nos momentos difíceis e na fragilidade esta foi a força para curar. Hoje, depois de três anos de caminho, vivo a necessidade de Deus porque experimentei que seguir os desejos do meu egoísmo me deixava limitada, no momento que me abandono ao Senhor, sinto que esta abrindo muitas portas. Tenho muita alegria no meu coração porque sei que Deus é comigo; com Ele não terei mais a solidão de antes! A verdade em muitos momentos me fez sentir pequena, mas com a oração descubro a liberdade imensa que vivo cada vez que tenho coragem de fazer ver quem sou. Estou vivendo pela primeria vez na minha vida a verdadeira amizade e estou apreciando o valor do sofrimento cotidiano, que me ensina que a coisa mais importante: é o amor.
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