“Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou, tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Todavia Deus nos revelou pelo seu Espírito” (1Cor. 2,9-10)
A história dessa fraternidade missionária começou com Ir. Dolores da Congregação Santa Marcelina muitos anos missionária aqui no Brasil. Foi ela que vendo o abandono e a dificuldade de muitas crianças pequenas pediu a Jesus de fazer algo por elas. E a resposta veio quando ela foi a Medjugorje e conheceu a nossa Comunidade e soube que nós tínhamos uma casa para crianças no Brasil no estado de São Paulo. Assim Ir. Dolores começou a trazer algumas crianças da Bahia na nossa missão de Mogi das Cruzes, feliz de dar a elas uma família estável e serena. Porém a distância era grande: Assim ela começou a “bater” na porta do coração de Deus para que pudesse abrir uma casa da Comunidade Cenacolo também na Bahia. Deus a respondeu com a Providência de muitos dos seus amigos: e o dinheiro arrecadado no Brasil e na Itália era justo o valor da casa que tinha pensado que o ideal para a nossa missão! Era o sinal que esperávamos. Quando nós chegamos havia uma grande imagem de São José que nos esperava: o Pai da Divina Providência nos abençoava, nós nos ajoelhamos e rezávamos agradecendo e pedindo o dom da paternidade e da maternidade para o serviço de Amor que a Misericórdia de Deus nos chamava a desenvolver. Naquele dia se festejava a memória de Nossa Senhora Auxiliadora 24 de maio, e entendemos que Nossa Senhora desejava dar este nome a fraternidade. A providência nos deu o dom da água, pois antes que chegássemos foi instalado um poço. A casa era bonita e grande, ainda da ajustar muita coisa mas pronta para receber nós e algumas crianças. Tivemos desse jeito começado cada um dando-se o que fazer: uns que restaurava a casa, outros cortavam a grama, outros limpavam, queimavam... até suar. Depois de alguns dias chegou Madre Elvira, acompanhada por cinco irmãs, as primeiras consagradas missionárias enviadas em terras estrangeiras! Iniciava a bater um coração, um coração que ama e quer doar amor de uma família a quem não recebeu. Recordando do início, nos lembramos com maravilha a cada coisa nova: o cheiro, a imensa natureza selvagem, o calor do sol, os animais, o sabor das frutas... A primeira acolhência foi no aeroporto por Ir. Dolores e o Bispo, a segunda foi da Criação que aqui na Bahia há cores de uma natureza tropical, belíssima, viva, calorosa, rica de frutas especiais que te tira a sede e te nutre ao mesmo tempo e algumas ervas medicinais que te curam e que são fazeis de colher pois é na beira da estrada. Com Madre Elvira e os primeiros “tios” fomos ver o rio que cruzava o nosso terreno e na beira do rio viu um tronco enorme e disse: “Força rapazes, tiramo-lo fora; será o nosso tabernáculo!”. E é dali que vem a belíssima cruz que ocupa quase toda a parede central da capela e que no centro tem o Santíssimo. O povo brasileiro é alegre, e se move ao ritmo da dança e da música com os olhos cheios de esperança para um futuro melhor. Tem um coração aberto e acolhedor com os estrangeiros, uma simpatia particular por nós italianos e especialmente pelas freiras que são amadas, procuradas e respeitadas. O número de crianças na rua é enorme, se vê elas sujas, sem roupa, muitas vezes desnutridas e doentes, mas... são lindas pois elas são as pérolas de Jesus! No dia da abertura da casa chegou uma menina de dez anos rejeitada por todos, pela mãe biologia doente mental e pela mãe adotiva que a deixou num instituto para a infância. Era triste e rebelde, vivia só de fugas e fantasia, sonhando uma família rica que a adotasse. Hoje é uma adolescente sorridente que faz o seu serviço com amor e não vê a hora de fazer uma experiência em alguma casa da Itália. É lindo ver essas crianças que com o amor de Jesus e o nosso se transformam, os olhos deles que antes eram cheio de medo e de tristeza hoje se tornaram luminosos, alegres, conquistam a confiança e começam à amar. Com a primeira menina chegou também os meninos: assim tivemos feito duas fraternidades separadas: masculina da outra parte do terreno e a feminina na parte alta. A Providência nunca nos abandonou, mesmo se as vezes não tínhamos nada na dispensa. Graças a Deus a fruta não falta por aqui e os primeiros “bifes” que comíamos era as mangas! Foi uma forte experiência viver com pouco e experimentar a ternura de Deus: que não nos deixou mais de três dia sem açúcar! Neste ano os quartos da casa aumentaram graças a ajuda de alguns amigos que nos conhecendo nos ajudam no crescimento da missão. Construindo casa com eles, tivemos construído uma amizade verdadeira e familiar, na fé e no empenho de querer bem os pequeninos desta terra : a casa nossa (Comunidade Cenacolo) se diz que quando tudo ocorre bem e tranqüilo quer dizer que somos chamados a “incomodar” sempre mais, que na missão significa tomar conta de mais crianças. Nós não escolhemos as crianças que vem trazida da nós, mas a acolhemos assim como ela é, como um casal que espera um filho na confiança que a vida é sempre um dom de Deus. Hoje a nossa fraternidade acolhe setenta crianças entre meninos e meninas e vinte adultos: duas famílias, uma dezena de “tios” e “tias” e cinco irmãs. Nossa Senhora continua a nos mandar muitos “filhos” preciosos aos seus olhos e aos nossos: ultimamente chegaram seis irmãozinhos em uma triste situação de abandono. Eles foram trazidos sem avisar, todos sujos, chorando e com muita fome... nós os acolhemos com alegria, tivemos dado banho, vestidos, dado de comer e os levamos na capela para conhecer o Patrão de casa. De noite as três irmãzinhas dormiam uma em cima da outra na mesma cama e não tinha jeito de separá-las. Tivemos amado eles assim como eram, e depois de uma semana eram com nós a rezar. O Espírito Santo nos sugeriu de ir com eles alguns dia na nossa casa “Ave Stella Maris” para respirar um pouco de ar de praia, pois as duas pequenas haviam muita tosse e asma. A alegria que saia dos olhos delas foi imensa da “merecer” todos os sacrifícios do mundo. Corríamos na praia, não acreditando que poderia existir muita água azul assim e muita areia para brincar. Quando tiveram entrado na água pela primeira vez nos pediram: “ Mas quem foi que colocou todo esse sal na água?” tivemos dado muita risada juntas e abraçando-as. Hoje elas voltaram com os seus pais, que no entanto a policia os encontrou; talvez elas devem afrontar novamente uma vida difícil ... mas não será mais como antes, porque quando estavam para voltar para casa a irmã maior chorando disse: “ Eu vi quanto é bom o Senhor! Ninguém ira acreditar que fui na praia com as freias italianas, mas eu sei que foi verdade!”. Ultimamente e finalmente se realizou o desejo de muitos “tios”, adolescentes e meninos: de ter uma capela também na parte masculina. Assim nasceu a “Capela dos Anjos” nome nascido da dois anjos, um branco e outro negro pintados na parede central em posição de adoração verso o Santíssimo. O tabernáculo nos foi dado pelo nosso amigo e fiel pároco Pe. Cláudio e foi feito por um presidiário para nós. Depois um “tio” fez o ostensório de coco, material tipo daqui.: tudo junto saiu um trabalho simples mas digno de hospedar Jesus Eucaristia. Agradecemos muito o nosso Bispo Dom Paulo Romeo que sempre vem visitar as nossas crianças, um obrigado enorme a todos os sacerdotes e freiras que nos encoraja com as suas amizades e a todos aqueles que na Europa e no Brasil são Providência para nós com as suas orações e com as suas ajudas generosas. Deus vos abençoe. Família Nossa Senhora Auxiliadora
(Inserto – Ressurreição Dezembro 2008)
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